Construção do Modelo da Informação das Adequações ás cheias na Barragem de Panelas II – Cupira - PE

Os principais desafios do projeto se deram em dois macro-âmbitos: da escala tipológica do elemento e da interoperabilidade ferramental. O primeiro apontamento se dá, principalmente, em função da complexidade da construção das camadas do principal corpo construtivo da barragem: seu maciço em concreto compactado. Por conta do seu arranjo formal de grande escala, relação de ancoragem com a forma orgânica do relevo natural do local e a necessidade de classificação ordenada da construção de cada uma das camadas constituintes do maciço. Encontrar a melhor solução/estratégia de modelagem para estas situação foi, por si só, um desafio importante para a superação da construção geométrica do modelo. 

No segundo ponto destacado, o desafio se forma justamente pela dificuldade de interação entre as partes da modelagem, geometrias e ferramentas. Durante a construção, a relação entre os modelos topológicos do Autodesk Civil 3D e as instâncias modeladas no Autodesk Revit necessitaram de um alto grau de precisão e interação compatibilizante, garantindo também os comparativos verossímeis para com os dados levantados com base no projeto anteriormente desenvolvido em 2D. 

O principal objetivo do projeto era o de construir um Modelo Piloto que buscasse estabelecer um padrão de qualidade e de trabalho para os casos futuros do órgão. Neste sentido, a experimentação com as ferramentas e técnicas atingem também o intuito instrutivo de trabalho prático com a equipe. Outro ponto, ainda dentro do aspecto de estabelecer um padrão, também é o da facilitação da comunicação e visualização do trabalho colaborado. Como a Barragem de Panelas se trata de um equipamento de infraestrutura de grande escala, o resultado da modelagem se dá através de diversos modelos, construídos por múltiplas mãos de maneira simultânea. Isso traz, na práxis construtiva, o exercício de encurtamento dos fluxos de dados e comunicação. Além disso, ressalta-se também os ganhos relacionados a visualização e apresentação do modelo, tanto internamente entre os colaboradores que debruçam-se sob o objeto, como também para apresentação aos corpos externos ao órgão e a Deskgraphics, trazendo um ganho significativo na transparência do serviço público.  

A modelagem ancorou-se nos dados fornecidos em relação aos projetos realizados previamente ao momento da implementação BIM. Com isso, foi possível realizar um comparativo ao final da etapa de modelagem para comprovar a efetividade do método e levantar possíveis incongruências no projeto original analógico. Neste exercício, identificou-se uma diferença significativa nos quantitativos de volume de concreto em relação ao que foi previsto originalmente, possibilitando a alteração nos orçamentos e processos de planejamento da construção, antes do início das etapas de obra. Na prática, isso representou um ganho de grande valor para o Estado de Pernambuco, tendo em vista que resultaria em prejuízos pontuais de grande impacto futuro.  

Principais soluções empregadas:  

1. Autodesk Revit (e seus plugins e suplementos como Dynamo). 

2. Autodesk Civil 3D. 

3. Autodesk Construction Cloud (em especial, o Autodesk Docs e o Takeoff).